Os benefícios da atividade física para a saúde em cada fase da vida

Ter um estilo de vida ativo é algo que deve ser incentivado em todas as fases da vida, já que os benefícios da atividade física se estendem da infância à terceira idade. Quer saber quais são essas benesses? Entenda a relação entre atividade física e saúde ao longo dos anos a seguir.

Atividade física para crianças

“Quanto mais estímulos nessa fase, melhor será a base motora para a adolescência e vida adulta. Promover a atividade física na infância significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo mais tarde”, resume Rayane Paulino, coordenadora dos setores Acqua e Kids da da academia Bodytech.

É nessa fase, especialmente no início da infância, que os pequenos aprendem a engatinhar, andar, saltar, falar, ler, escrever e interagir com pessoas além do núcleo familiar. Assim, recomenda-se um forte trabalho para desenvolver as habilidades motoras fundamentais.

“Para o início da infância é sugerido abundantes atividades rudimentares, que favoreçam a exploração motora e a solução de problemas, assim como atividades que encorajem positivamente para estabelecerem um autoconceito saudável, evitando o medo de fracassar”, recomenda Savanah Peters, educadora física da academia Bodytech Ribeirão Preto.

Nessa fase, também deve-se priorizar o desenvolvimento individual e experiências que peçam imaginação, estimulando os pequenos a correr, saltar, arrastar-se, subir nos objetos, praticar o equilíbrio, suspender-se, girar em torno de si, puxar, empurrar, carregar e lançar objetos.

Mais para frente, na chamada infância posterior (de 6 a 10 anos), Peters diz que as crianças já são capazes de processar informações relacionadas ao controle de movimento.

“Esse período é marcado pela abrupta evolução na coordenação e no controle motor, que facilitam a aprendizagem motora e de habilidade mais complexas. Aqui, há condições de entender regras, sendo aconselhável a participação do maior número possível de modalidades.”

Atividade física na adolescência

A transição entre a infância e a idade adulta é cheia de alterações físicas e emocionais. Há o crescimento esquelético, maturação biológica e psíquica e, no início (puberdade), o indivíduo já adquiriu um padrão motor. Porém, ainda precisa lidar com as diversas mudanças corporais.

“A prática de atividade física regular nessa fase traz várias influências positivas, entre elas o aumento da massa magra, diminuição da gordura corporal, melhora dos níveis de eficiência cardiorrespiratória, resistência muscular e força. Há, ainda, os efeitos psicológicos positivos, como melhora do humor, redução do estresse, aumento da autoestima e até mesmo proteção contra transtornos alimentares, como anorexia e bulimia”, lista Paulino.

Atividade física para gestantes

“O principal benefício de se exercitar durante a gravidez é o controle de peso”, afirma Diana Madureira, educadora física da Bodytech Santana. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ganho excessivo de peso no período gestacional pode causar hipertensão, diabetes e pré-eclâmpsia – que colocam em risco a saúde da mãe e do bebê.

Além disso, praticar atividades físicas durante a gestação ajudará na prevenção e tratamento das dores lombares e depressão pós-parto.

“Nesse período, os exercícios não podem ser muito intensos, pois frequências cardíacas muito altas podem induzir o parto prematuro. Por esse motivo, atividades aquáticas costumam ser as mais recomendadas, já que reduzem o impacto, o excesso de peso na coluna e mantêm a frequência cardíaca mais baixa”, recomenda Madureira.

Atividade física para idosos

O envelhecimento provoca declínio em diversas funções do organismo:

• O osso fica mais poroso e quebradiço, aumentando a chance de fraturas;
• há grande perda muscular, que resulta na diminuição da força, do equilíbrio e da coordenação motora;
• diversas estruturas ficam mais rígidas, como os vasos sanguíneos – o que promove o aumento de pressão arterial – e os tendões – o que diminui a flexibilidade das articulações e sua plasticidade (capacidade de realizar movimentos sem sofrer lesão);
• nas mulheres na menopausa, os declínios ósseos e musculares são muito mais severos.

A relação de idosos com atividades físicas depende do quão ativos eles foram durante a vida adulta. Quando se praticou exercícios anteriormente, as alterações citadas acima podem ter sido atrasadas ou mesmo evitadas. Infelizmente, este cenário é raro, já que são poucas as pessoas que conseguem se manter ativas ao longo da vida – por isso, o aparecimento de doenças é muito frequente nesse período

Mas nunca é tarde para começar: estudos do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) mostram que mesmo idosos acima de 70 anos conseguem aumento na quantidade de massa muscular com o treinamento regular de musculação.

Felizmente, praticamente todas as alterações que ocorrem com o envelhecimento podem ser atenuadas com atividades físicas. “Para a pessoa idosa, a atividade física é independência. É conseguir ir ao banco ou ao mercado sozinho, carregar suas compras, se trocar, colocar um sapato. Todas essas atividades, muito comuns para os mais jovens, podem ser desafiadoras para aqueles que não se cuidaram”, aponta Madureira.

Ela indica exercícios aeróbicos – caminhadas, corridas e a natação – para colher benefícios cardiovasculares, como melhora da circulação, aumento da força do coração e capacidade pulmonar, além da diminuição da pressão arterial. Elas também ajudam na prevenção e tratamento de hipertensão, diabetes e infarto.

“Exercícios de fortalecimento, como musculação e pilates, contribuem para o aumento da quantidade de massa muscular, força, equilíbrio – consequentemente, evitando quedas e fraturas – e ajudam na saúde dos ossos, deixando-os mais rígidos e fortes, tratando e prevenindo doenças como a sarcopenia e a osteoporose.”

Por fim, vale apostar em exercícios de flexibilidade, como o alongamento. Eles permitem que o idoso realize atividades diárias com maior facilidade, incluindo trocar de roupa e amarrar os sapatos. “Sem contar os benefícios mentais, como retardo na perda na memória, prevenindo o mal de Alzheimer, aumento da sensação de bem-estar e melhora do humor, que ajudam a evitar a depressão”, finaliza Madureira.

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